Evangelho do dia – domingo, 19 de janeiro de 2025 – João 2,1-11 – Bíblia Católica

Primeira Leitura (Isaías 62,1-5).

Leitura do Livro do Profeta Isaías.

Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não descansarei, enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a justiça e não se acender nela, como uma tocha, a salvação. As nações verão a tua justiça, todos os reis verão a tua glória; serás chamada com um nome novo, que a boca do Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real nas mãos de teu Deus. Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será a Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada. Assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.



Segunda Leitura (1Cor 12,4-11).

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.

Irmãos: Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. A um é dada pelo Espírito a palavra da sabedoria. A outro, a palavra da ciência segundo o mesmo Espírito. A outro, a fé no mesmo Espírito. A outro, o dom de curas no mesmo Espírito. A outro, o poder de fazer milagres. A outro, profecia. A outro, discernimento de espíritos. A outro, falar línguas estranhas. A outro, interpretação de línguas. Todas estas coisas as realiza um e o mesmo Espírito, que distribui a cada um conforme quer.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Evangelho (João 2,1-11).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.



Refletindo a Palavra de Deus

Meus queridos irmãos e irmãs, hoje nos reunimos em torno da mesa da Palavra para meditar sobre leituras que nos revelam o poder transformador do amor de Deus e a riqueza de Sua presença em nossas vidas. Isaías nos fala de uma nova esperança e alegria; Paulo nos lembra da diversidade dos dons que vêm do Espírito; e o Evangelho de João nos leva ao primeiro milagre de Jesus, o começo de Sua missão pública. Juntos, esses textos nos convidam a refletir sobre como Deus transforma nossas vidas e nos chama a participar de Sua obra.

Imagine uma festa onde a alegria parece estar desaparecendo. Os convidados começam a notar que algo essencial está faltando, e o anfitrião, envergonhado, não sabe o que fazer. É exatamente essa cena que encontramos no Evangelho de João, no casamento em Caná. Mas, como veremos, Jesus transforma uma situação de potencial constrangimento em um momento de glória, mostrando-nos que Ele não apenas supre nossas necessidades, mas as supera abundantemente.

Na primeira leitura, Isaías fala de Jerusalém como uma noiva que será adornada e renovada por Deus. Ele diz: “Como o jovem se casa com a jovem, assim teus filhos se casam contigo; e como o esposo se alegra com sua esposa, assim teu Deus se alegra contigo.” Essa imagem de um casamento simboliza a aliança entre Deus e Seu povo. É uma promessa de renovação, alegria e união.

Agora, pensemos na noiva que se prepara para o casamento. Ela escolhe cuidadosamente seu vestido, cuida de cada detalhe, pois sabe que este é um momento de grande celebração. Assim também Deus cuida de nós, preparando-nos para uma relação íntima e eterna com Ele. Somos Sua noiva, e Ele deseja adornar nossas vidas com graça, amor e redenção.

A segunda leitura, da primeira carta aos Coríntios, nos leva a outra dimensão desse tema. Paulo nos lembra que “há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.” Cada um de nós recebeu dons específicos para o bem comum. Assim como em um casamento os noivos trazem diferentes qualidades para enriquecer sua união, nós também somos chamados a colocar nossos dons a serviço uns dos outros, para construir o Corpo de Cristo.

Para ilustrar isso, pensemos em uma sinfonia. Cada instrumento, por si só, pode produzir um som belo, mas quando todos tocam juntos sob a orientação de um maestro, criam uma harmonia que encanta e emociona. O Espírito Santo é nosso maestro, unindo-nos e orientando-nos para que, com nossos dons individuais, possamos formar uma comunidade que reflete o amor de Deus.

Chegamos então ao Evangelho, onde encontramos Maria, mãe de Jesus, desempenhando um papel crucial. Quando percebe que o vinho acabou, ela intercede junto a Jesus, dizendo: “Eles não têm mais vinho.” E, mesmo após uma aparente resistência, Maria diz aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Sua confiança e entrega total nos ensinam uma lição importante sobre fé.

Agora, voltemos ao momento do milagre. Jesus ordena que encham as talhas de pedra com água, e então transforma essa água no melhor vinho que já haviam provado. Esse gesto não é apenas um milagre físico; é um sinal do que Ele veio fazer no mundo: transformar o ordinário em extraordinário, a água em vinho, a tristeza em alegria, a morte em vida.

Pensemos nas talhas de pedra como símbolos de nossas vidas. Muitas vezes nos sentimos como água comum – sem graça, sem brilho, sem esperança. Mas quando permitimos que Cristo entre em nossas vidas, Ele nos transforma em algo precioso, em um vinho novo e abundante. Isso não significa que não enfrentaremos desafios, mas que, com Cristo, nossa vida se torna plena de significado e propósito.

E há algo mais nesse milagre que merece atenção: Jesus realiza esse sinal em um casamento. Isso nos mostra que Ele valoriza a alegria humana, que Ele deseja participar das nossas celebrações e que, em Seu Reino, a alegria é um elemento central. Ele não quer apenas que sobrevivamos, mas que vivamos em plenitude, cheios de alegria e gratidão.

Agora, meus irmãos e irmãs, como podemos aplicar essas lições em nossas vidas? Primeiro, lembremos da promessa de Isaías: Deus deseja renovar e restaurar nossas vidas. Se você está enfrentando um momento de escuridão, confie que Ele pode trazer luz e alegria novamente.

Segundo, reconheçamos os dons que recebemos do Espírito. Cada um de nós tem algo único a oferecer. Talvez seu dom seja ouvir com empatia, ensinar com paciência, ou liderar com sabedoria. Seja qual for o seu talento, use-o para construir a comunidade e glorificar a Deus.

E, por fim, sigamos o exemplo de Maria. Em momentos de necessidade, levemos nossas preocupações a Jesus com confiança, dizendo: “Eles não têm mais vinho.” E depois, sigamos Sua orientação, fazendo “tudo o que Ele nos disser.”

Enquanto meditamos sobre essas leituras, pensemos nas áreas de nossas vidas que precisam de transformação. Onde está faltando o “vinho” – a alegria, a paz, o amor? Apresentemos essas áreas a Jesus, permitindo que Ele transforme o ordinário no extraordinário.

Meus queridos, lembrem-se de que Deus não apenas nos oferece o que precisamos, mas o faz em abundância. O vinho de Caná não era apenas suficiente, era o melhor. Assim também, Seu amor por nós não tem limites; é um amor que supera todas as expectativas.

Ao sairmos daqui hoje, que possamos viver como testemunhas dessa transformação. Que possamos ser luz para aqueles que estão na escuridão, vinho novo para aqueles que estão cansados, e instrumentos de alegria e esperança no mundo. Que Maria nos ensine a confiar plenamente em seu Filho, e que o Espírito Santo nos guie a usar nossos dons para o bem de todos.

Vamos agora terminar com uma oração:
Senhor, obrigado por Teu amor que nos transforma e nos renova. Ajuda-nos a confiar em Ti, a usar nossos dons para o bem comum e a viver com alegria e gratidão. Transforma nossa vida, Senhor, assim como transformaste a água em vinho. Amém.

Que Deus os abençoe e os guie sempre. Amém.


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