Evangelho do dia – domingo, 5 de janeiro de 2025 – Mateus 2,1-12 – Bíblia Católica

Primeira Leitura (Isaías 60,1-6).

Leitura do Livro do Profeta Isaías.

Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Segunda Leitura (Efésios 3,2-3a.5-6).

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.

Irmãos: Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3a e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Evangelho (Mateus 2,1-12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”. Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Refletindo a Palavra de Deus

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

“Levanta-te, resplandece, pois chegou a tua luz!” Com estas palavras vibrantes de Isaías, somos convidados a contemplar o mistério da Epifania, a manifestação de Deus ao mundo inteiro. Hoje, celebramos um dos momentos mais belos e significativos da nossa fé: o dia em que Cristo foi revelado aos gentios, representados pelos magos do Oriente.

Imaginem aquela noite estrelada, quando homens sábios, estudiosos dos astros, viram algo extraordinário no céu – uma estrela diferente de todas as outras. Algo em seus corações lhes dizia que este não era um fenômeno astronômico comum. Era um sinal, um chamado divino que os impelia a uma jornada extraordinária.

A profecia de Isaías ganha vida diante de nossos olhos: “As trevas cobrem a terra, e a escuridão envolve os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória sobre ti resplandece.” Não é esta a realidade que ainda vivemos hoje? Um mundo muitas vezes envolvido em trevas – trevas da violência, do egoísmo, da indiferença – mas sobre o qual a luz de Cristo continua a brilhar?

Os magos representam todos nós em nossa busca por sentido, em nossa peregrinação espiritual. Eles eram homens de ciência, de conhecimento, mas reconheceram que havia algo maior que sua sabedoria humana. Deixaram o conforto de suas casas, suas certezas, e se lançaram em uma jornada guiados apenas por uma estrela e pela fé.

São Paulo, em sua carta aos Efésios, nos revela algo extraordinário: este mistério, agora revelado, é que “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Cristo Jesus.” Que revelação revolucionária! O plano de salvação de Deus não conhece fronteiras étnicas, culturais ou sociais. Em Cristo, todos somos chamados a fazer parte da família de Deus.

A jornada dos magos não foi fácil. Enfrentaram a distância, o desconhecido, e até mesmo a hostilidade de Herodes. Quantas vezes em nossa própria jornada de fé encontramos obstáculos semelhantes? Às vezes, como os magos em Jerusalém, podemos perder de vista nossa estrela-guia. Mas Deus nunca nos abandona; Ele sempre providencia sinais para nos reconduzirem ao caminho.

E quando finalmente encontraram o menino Jesus, os magos nos ensinam três atitudes fundamentais: prostraram-se, adoraram e ofereceram presentes. A prostração representa nossa humildade diante do mistério divino. A adoração é nosso reconhecimento de que estamos diante do próprio Deus. E os presentes simbolizam nossa entrega total a Ele.

Ouro, incenso e mirra – presentes proféticos que revelam a identidade de Jesus: o ouro para o Rei, o incenso para o Deus, a mirra para o Homem que haveria de sofrer. O que oferecemos nós hoje a Cristo? Que presentes trazemos em nossa jornada de fé?

A Epifania nos lembra que somos todos peregrinos, buscadores da luz de Cristo. Como os magos, somos chamados a ser atentos aos sinais de Deus em nossas vidas, corajosos para deixar nossas zonas de conforto, perseverantes em nossa busca pela verdade.

Mas há mais: somos também chamados a ser estrelas-guia para outros. Isaías proclama: “As nações caminharão à tua luz.” Como cristãos, somos chamados a refletir a luz de Cristo em nosso mundo, a ser faróis de esperança e amor em meio às trevas.

A história dos magos não termina em Belém. O Evangelho nos diz que “voltaram para sua terra por outro caminho.” O encontro com Cristo sempre nos transforma, sempre nos faz tomar um novo caminho. Não podemos encontrar verdadeiramente Jesus e continuar sendo os mesmos.

Queridos irmãos e irmãs, que esta festa da Epifania renove em nós o espírito de busca, a coragem da jornada e a alegria do encontro com Cristo. Que possamos, como os magos, reconhecer os sinais de Deus em nossas vidas, perseverar em nossa busca, e oferecer o melhor de nós mesmos a Ele.

E que, ao encontrarmos Cristo, sejamos transformados em luzes que guiam outros até Ele. Que nossa fé, como aquela estrela de Belém, brilhe de tal maneira que outros possam ver e encontrar o caminho até Jesus.

Que a luz de Cristo continue a brilhar em nossos corações, em nossas famílias e em nossa comunidade. E que, como os magos, possamos sempre encontrar novos caminhos para seguir o Senhor.

Amém.

Que Deus os abençoe e que a estrela da fé continue a guiar seus passos no caminho do Senhor.

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