Evangelho do dia – quinta-feira, 22 de agosto de 2024 – Lucas 1,26-38 – Bíblia Católica

Primeira Leitura (Isaías 9,1-6)

Leitura do Livro do Profeta Isaías.

O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. Pois o jugo que oprimia o povo, – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste como na jornada de Madiã. Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Evangelho (Lucas 1,26-38)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível”. Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Refletindo a Palavra de Deus

Meus queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Nesta noite santa, as palavras do profeta Isaías e o relato do Evangelho de Lucas se entrelaçam para nos trazer uma mensagem de profunda esperança e alegria. Pois nesta noite, uma luz brilha no meio da escuridão, e uma criança é concebida que mudará o curso da história para sempre.

Ouçam atentamente as palavras de Isaías: “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam a terra da sombra da morte, uma luz brilhou.” Que imagem poderosa! Imagine um mundo imerso em trevas – não apenas a escuridão física da noite, mas a escuridão espiritual do pecado, do sofrimento e da desesperança.

É nesse cenário sombrio que Isaías nos apresenta uma visão radiante: uma grande luz que surge, dissipando as trevas. É como se o próprio Deus acendesse uma tocha no meio da mais profunda escuridão, dizendo: “Eu estou aqui. Não desistam. A salvação está a caminho.”

E quem é essa luz? O Evangelho de Lucas nos revela: é Jesus, o Filho de Deus, concebido no ventre da virgem Maria por meio do Espírito Santo. O Messias prometido, o Salvador que Deus enviou para resgatar a humanidade da escuridão do pecado e da morte.

Mas não é apenas uma luz qualquer. Isaías descreve este menino como “maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai eterno, príncipe da paz.” Que títulos extraordinários! Este não é simplesmente um líder humano, por mais sábio ou poderoso que seja. Não, este é Deus mesmo, vestido em nossa frágil condição humana.

Imaginem por um momento: Deus, o Criador de todo o universo, o Senhor dos céus e da terra, aceitando tomar a forma de um bebê indefeso. Deixando de lado Sua glória e majestade infinitas para nascer em um humilde estábulo, rodeado por animais e pastores. O Eterno tornando-se temporal, o Onipotente revestindo-se de fraqueza.

Mas por quê? Por que Deus faria isso? A resposta está no coração desta história: porque Ele nos ama. Porque Ele deseja desesperadamente nos resgatar da escuridão, nos libertar da escravidão do pecado e da morte.

Ouçam as palavras de Maria, a jovem virgem escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador: “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.” Que humildade e disposição para se render à vontade de Deus! Maria não entende completamente o que está acontecendo, mas ela confia. Ela dá seu “sim” incondicional ao plano divino.

E assim, o Filho de Deus é concebido no ventre de Maria. Uma nova era se inaugura, uma transformação cósmica está a caminho. Pois neste bebê, o Reino de Deus se torna encarnado, a justiça e a paz se encontram, e a esperança brota das cinzas da desesperança.

Meus amados, isso não é apenas uma história do passado. Esta é uma realidade que se estende até os nossos dias e além. Pois o mesmo Jesus que nasceu em Belém continua a vir a nós, a iluminar nossas trevas, a trazer Sua paz e Seu amor.

Quantas vezes nos encontramos caminhando nas trevas da dúvida, da dor ou da solidão? Quantas vezes sentimos que a escuridão do pecado, da injustiça e da morte nos cerca, sufocando nossa alma? É aqui, nessas horas mais sombrias, que a luz de Cristo brilha com maior esplendor.

Assim como Isaías profetizou, esta luz veio para “quebrar o jugo que os oprimia, a barra sobre seus ombros, o cetro do seu opressor.” Jesus veio para libertar-nos, não apenas do pecado, mas de tudo o que nos escraviza e destrói. Ele veio para estabelecer Seu Reino de justiça, amor e paz.

E assim como Maria disse “sim” à vontade de Deus, somos convidados a fazer o mesmo. A acolher Jesus em nossos corações, a deixá-Lo tomar posse de nossas vidas. Pois quando permitimos que Ele nasça em nós, Sua luz começa a brilhar através de nós.

Imagine a cena: você, assim como Maria, dizendo “sim” a Deus. Você, como um canal da graça divina, permitindo que a luz de Cristo ilumine um mundo afundado em trevas. Você, como um embaixador do Reino, trazendo paz, alegria e esperança para aqueles que estão perdidos e desesperançados.

Meus irmãos e irmãs, esta é nossa vocação como seguidores de Cristo. Não apenas celebrar o milagre do Natal, mas nos tornarmos milagres vivos neste mundo. Ser a luz que brilha no meio da escuridão, a esperança que emerge do desespero, a paz que supera o caos.

Que esta noite santa seja um marco em nossas vidas. Que aqui e agora, reunidos como uma família de fé, possamos dizer com Maria: “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.” E que, como ela, sejamos instrumentos dóceis nas mãos de Deus, permitindo que Sua luz transformadora brilhe através de nós.

Pois esta luz não veio apenas para iluminar uma estábulo na longínqua Belém. Ela veio para iluminar o mundo. Ela veio para iluminar seus corações e suas vidas. Ela veio para iluminar a escuridão da minha própria alma.

Então, meus queridos, abracem essa luz. Deixem que ela penetre em cada canto sombrio de suas vidas. Deixem que ela os guie, os console, os fortaleça. E então, saiam daqui, como estrelas brilhantes em um céu escuro, refletindo o esplendor daquele Menino nascido nesta noite santa.

Que a graça, a paz e o amor de nosso Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. Feliz Natal a todos! Amém.

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