Evangelho do dia – sábado, 8 de fevereiro de 2025 – Marcos 6,30-34 – Bíblia Católica

Primeira Leitura (Hebreus 13,15-17.20-21).

Leitura da Carta aos Hebreus.

Irmãos, por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que celebram o seu nome. Não vos esqueçais das boas ações e da comunhão, pois estes são os sacrifícios que agradam a Deus. Obedecei aos vossos líderes e segui suas orientações, porque eles cuidam de vós como quem há de prestar contas. Que possam fazê-lo com alegria, e não com queixas, que não seriam coisa boa para vós. O Deus da paz, que fez subir dentre os mortos aquele que se tornou, pelo sangue de uma aliança eterna, o grande pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus, vos torne aptos a todo bem, para fazerdes a sua vontade; que ele realize em nós o que lhe é agradável, por Jesus Cristo, ao qual seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém!

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Evangelho (Marcos 6,30-34).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Refletindo a Palavra de Deus

Meus irmãos e irmãs, convido vocês a imaginar por um instante a cena descrita no Evangelho de hoje. Os discípulos, cansados após tanto trabalho na missão, retornam a Jesus para relatar tudo o que haviam feito e ensinado. Eles estavam exaustos, precisando de um momento de descanso e paz. Jesus, vendo sua condição, diz: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco.”

Esse convite de Jesus ressoa profundamente em nossos corações. Quantas vezes nos encontramos desgastados pela correria do dia a dia, pelas responsabilidades do trabalho, da família, ou até mesmo pelos desafios da nossa fé? A verdade é que todos nós precisamos de momentos para recarregar as energias, física e espiritualmente.

Mas a cena não termina aí. Quando Jesus e os discípulos partem para um lugar deserto, uma grande multidão os segue. Jesus poderia ter se sentido irritado ou sobrecarregado com mais uma demanda, mas não é isso que acontece. O texto nos diz que Ele teve compaixão da multidão, “porque eram como ovelhas sem pastor.”

Essa passagem nos apresenta duas realidades fundamentais: a necessidade de encontrar descanso em Deus e a importância da compaixão ativa em nossa vida cristã. Vamos explorar essas realidades à luz da Primeira Leitura e do Evangelho.

No trecho da Carta aos Hebreus, ouvimos um chamado para oferecer a Deus “um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” Essa expressão, “sacrifício de louvor,” nos lembra que, como cristãos, somos convidados a viver uma vida que glorifica a Deus em todas as circunstâncias. Isso não significa apenas cantar louvores, mas oferecer nossas ações, nosso trabalho e até mesmo nosso descanso como um ato de adoração.

Mas como oferecer um sacrifício de louvor em um mundo tão cheio de demandas? A resposta está no exemplo de Jesus. Ele nos ensina que, mesmo no meio das nossas responsabilidades, é essencial encontrar tempo para estar a sós com Deus. Pensemos em nosso relacionamento com Deus como um jardim. Se não dedicarmos tempo para regá-lo, podá-lo e cuidar dele, ele murchará. Assim também é a nossa alma.

Jesus não apenas convida os discípulos ao descanso, mas também se compadece da multidão que o segue. Ele vê as pessoas como ovelhas sem pastor, famintas por direção, esperança e cuidado. Aqui, Jesus nos ensina outra lição importante: mesmo quando estamos cansados, há um espaço para a compaixão.

Vamos refletir sobre essa imagem de “ovelhas sem pastor.” No mundo de hoje, quantas pessoas vivem assim? Perdidas, sem direção, buscando sentido em coisas passageiras. Talvez nós mesmos já nos tenhamos sentido assim, desorientados e sobrecarregados. E é nesse momento que Jesus, o Bom Pastor, nos chama para perto d’Ele, oferecendo-nos descanso e orientação.

Agora, voltando à Primeira Leitura, somos lembrados de que Deus nos equipa com tudo o que é necessário para fazer a Sua vontade. O autor da carta aos Hebreus ora para que “o Deus da paz, que tornou a trazer dos mortos o grande pastor das ovelhas” nos aperfeiçoe em todo o bem para realizarmos Sua vontade. Essa oração é um lembrete poderoso de que não estamos sozinhos na missão que Deus nos confia. Ele nos dá a força, os dons e a graça para vivermos de acordo com o Seu propósito.

Uma metáfora que pode nos ajudar a entender essa ideia é a de um oleiro moldando o barro. Deus, como o oleiro, nos molda pacientemente, transformando nossas fraquezas em forças, nossas falhas em oportunidades de crescimento. Ele nos capacita a sermos instrumentos do Seu amor no mundo.

Mas como colocar tudo isso em prática? Como viver uma vida que equilibra o descanso em Deus com a compaixão pelos outros? Aqui estão três passos que podemos tirar das leituras de hoje:

1. Priorize o descanso espiritual.
Jesus nos ensina que não podemos dar o que não temos. Assim como precisamos de alimento para sustentar nosso corpo, precisamos de tempo com Deus para sustentar nossa alma. Reserve momentos em sua rotina para a oração, a meditação na Palavra e a participação na Eucaristia. Esses são os oásis que nos fortalecem para a jornada.

2. Cultive a compaixão ativa.
Quando Jesus viu a multidão, Ele não se limitou a sentir pena; Ele agiu. Compadecer-se significa entrar na dor do outro, mas também fazer algo a respeito. Quem são as “ovelhas sem pastor” na sua vida? Pode ser um vizinho solitário, um colega de trabalho que precisa de apoio, ou até mesmo alguém na sua própria família.

3. Confie na capacitação divina.
A Primeira Leitura nos lembra que Deus é quem nos equipa para fazer a Sua vontade. Não precisamos ser perfeitos ou ter todas as respostas; basta estarmos disponíveis. Deus trabalhará em nós e através de nós.

Pensemos também na beleza da Eucaristia, onde encontramos a síntese perfeita dessas lições. Na Missa, somos alimentados pela Palavra e pelo Corpo de Cristo, recebendo o descanso espiritual de que precisamos. Mas a Missa não termina quando saímos da igreja. Ao contrário, somos enviados ao mundo para sermos testemunhas do amor de Deus, levando Sua compaixão a todos que encontramos.

Para concluir, deixo com vocês uma história que ilustra o coração das leituras de hoje. Certa vez, um missionário na África foi perguntado por um jovem local por que ele dedicava tanto tempo para cuidar dos doentes e ensinar as crianças, mesmo quando estava cansado. O missionário respondeu: “Porque Cristo cuidou de mim quando eu estava perdido. Agora, eu quero ser uma extensão do cuidado d’Ele para os outros.”

Que essa também seja a nossa resposta. Que possamos encontrar em Cristo o descanso de que tanto precisamos e, ao mesmo tempo, sermos instrumentos de Sua compaixão no mundo. Lembremo-nos sempre: Jesus é o nosso Bom Pastor, aquele que nos guia, nos fortalece e nos envia para fazer a diferença.

Que o Deus da paz, que trouxe dos mortos o grande pastor das ovelhas, nos aperfeiçoe para realizar a Sua vontade. E que possamos oferecer, com alegria e amor, o sacrifício de louvor que Ele merece. Amém.

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