Evangelho do dia – segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 – Marcos 6,53-56 – Bíblia Católica

Primeira Leitura (Gênesis 1,1-19).

Leitura do Livro do Gênesis.

No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: “Faça-se a luz!” E a luz se fez. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. E à luz Deus chamou “dia” e às trevas, “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia. Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras”. E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo, das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia. Deus Disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!” E assim se fez. Ao solo enxuto Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom. Deus disse: “A terra faça brotar vegetação e plantas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele sua semente sobre a terra”. E assim se fez. E a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia. Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as épocas os dias e os anos, e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra”. E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir ao dia, e o luzeiro menor para presidir à noite, e as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.



Evangelho (Marcos 6,53-56).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.



Refletindo a Palavra de Deus

No início, Deus criou o céu e a terra. Essas são as palavras que abrem as Escrituras Sagradas, que nos introduzem não apenas ao relato da criação, mas ao mistério infinito do amor de Deus, um amor que deu origem a tudo o que existe. Hoje, ao refletirmos sobre as leituras de Gênesis e o Evangelho de Marcos, somos convidados a contemplar tanto a grandiosidade de Deus Criador quanto o toque íntimo de Deus Salvador, que cura e restaura nossas vidas.

Imagine por um instante uma tela em branco, completamente vazia. Em seguida, um artista começa a pintar com cores vivas, formas surpreendentes e detalhes que capturam a beleza da vida. Esse é o quadro que Gênesis nos apresenta: a criação do mundo como a obra-prima de Deus, cada elemento perfeitamente ordenado, cada detalhe feito com propósito. O céu, a terra, o sol, a lua, as estrelas, os mares e a terra seca – tudo criado pela palavra poderosa de Deus.

Mas Gênesis não é apenas um relato científico ou histórico; é um testemunho do amor criativo de Deus. Ele não criou o universo por necessidade, mas por generosidade, para que pudéssemos existir e compartilhar da Sua vida. Cada dia da criação revela um aspecto da bondade divina: a luz separando-se das trevas, as águas sendo reunidas para dar espaço à terra, e as estrelas sendo colocadas no céu como sinais de orientação e beleza. Cada detalhe é um lembrete de que tudo o que existe foi intencionado por Deus para o bem, para a harmonia, para a vida.

Agora, vamos trazer essa visão à nossa própria realidade. Com que frequência paramos para admirar o céu estrelado, o calor do sol ou o som das ondas do mar? Na pressa do dia a dia, muitas vezes negligenciamos a beleza ao nosso redor, esquecendo que cada elemento da criação é um presente de Deus, um convite para louvar e agradecer. Que possamos abrir os olhos e os corações para enxergar o Criador em Suas obras, reconhecendo que tudo ao nosso redor é um reflexo de Sua glória.

No entanto, o relato de Gênesis nos aponta para algo mais profundo: não somos apenas espectadores da criação; somos parte dela. Somos criados à imagem e semelhança de Deus, chamados a participar de Sua obra criativa, a cuidar do mundo que Ele nos deu. Como administradores da criação, somos responsáveis por proteger e preservar o que Deus chamou de bom. Isso inclui o meio ambiente, mas também inclui nossas relações, nossas comunidades e nossas almas.

Passando agora ao Evangelho de Marcos, vemos Jesus, o Filho de Deus, caminhando entre o povo, tocando suas vidas de maneira pessoal e transformadora. Ele atravessa o mar, chega à terra e imediatamente é cercado por multidões que trazem seus doentes para serem curados. É interessante notar que as pessoas acreditavam tanto no poder de Jesus que apenas o toque em Suas vestes era suficiente para restaurar a saúde. O que isso nos ensina sobre a nossa fé?

As multidões do evangelho nos oferecem uma lição poderosa sobre esperança e perseverança. Elas reconheciam em Jesus a presença de Deus, Aquele que não apenas criou o mundo, mas também se preocupa com cada detalhe da nossa existência. Assim como Deus trouxe ordem ao caos no início da criação, Jesus trouxe cura e restauração às vidas quebradas.

Pensemos por um momento no toque de Jesus. Quantos de nós buscamos esse toque? Quantos de nós trazemos nossos “doentes” – nossas feridas emocionais, nossos pecados, nossas ansiedades – diante Dele? Muitas vezes, somos como aqueles que esperavam à beira do caminho, desejando apenas um momento de contato com a graça divina. Mas, ao contrário da multidão que precisou viajar longas distâncias para alcançar Jesus, nós O temos mais perto do que jamais imaginaríamos. Ele está presente em nossos corações, na Eucaristia, na Palavra proclamada, na comunidade reunida em Seu nome.

E aqui está a beleza de conectar essas duas leituras: o mesmo Deus que criou os céus e a terra é o Deus que se inclinou para tocar a humanidade. Aquele que formou as estrelas com Sua palavra é o mesmo que, em Jesus, estendeu a mão para curar os doentes e acolher os rejeitados. Essa conexão nos lembra que Deus não é apenas grande e transcendente; Ele também é próximo e pessoal.

Há uma metáfora que pode nos ajudar a entender essa relação. Pensem em um relógio de sol. Durante o dia, ele nos aponta para a luz do sol, nos ajudando a medir o tempo. Mas para que ele funcione, precisa estar perfeitamente alinhado com a fonte de luz. Assim também nossas vidas: fomos criados para refletir a luz de Deus, mas, para isso, precisamos estar alinhados com Ele, voltando nosso coração para Sua presença.

Então, como podemos aplicar essas verdades às nossas vidas diárias? Primeiro, somos chamados a uma atitude de gratidão e louvor. Reconheçamos a bondade de Deus em tudo ao nosso redor, nas coisas grandes e pequenas. Segundo, sejamos agentes de cura no mundo. Assim como Jesus trouxe restauração àqueles que O procuraram, nós também podemos levar esperança e conforto aos que sofrem. Um sorriso, uma palavra de encorajamento, um ato de bondade – tudo isso pode ser um reflexo do toque de Jesus na vida das pessoas.

E, finalmente, lembremos que somos parte da criação e que Deus nos deu uma missão: sermos guardiões da terra e testemunhas do Seu amor. Isso significa cuidar do meio ambiente, mas também significa cultivar relações de paz e justiça, sendo luz para aqueles ao nosso redor.

Ao encerrarmos esta reflexão, que possamos nos lembrar de que somos amados por Aquele que criou o universo e que nos cura em nossa fragilidade. Não importa quão caótica nossa vida possa parecer, Deus ainda está no controle, trazendo ordem, beleza e propósito. Confiemos n’Ele, busquemos Seu toque e vivamos como filhos e filhas do Criador e Salvador.

Que a graça de Deus nos inspire a viver com gratidão, compaixão e fé. Amém.


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