Evangelho do dia – segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 – Mateus 25,31-46 – Bíblia Católica

Primeira Leitura (Lv 19,1-2.11-18)

Leitura do Livro do Levítico.

O Senhor falou a Moisés, dizendo: “Fala a toda a Comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.

Não furteis, não digais mentiras, nem vos enganeis uns aos outros. Não jureis falso por meu nome, profanando o nome do Senhor teu Deus. Eu sou o Senhor.

Não explores o teu próximo nem pratiques extorsão contra ele. Não retenhas contigo a diária do assalariado até o dia seguinte. Não amaldiçoes o surdo, nem ponhas tropeço diante do cego, mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor. Não cometas injustiças no exercício da justiça; não favoreças o pobre nem prestigieis o poderoso. Julga teu próximo conforme a justiça.

Não sejas um maldizente entre o teu povo. Não conspires, caluniando-o, contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor. Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele.

Não procures vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.



Evangelho (Mt 25,31-46)

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus.

— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.

Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’

Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’

Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.



Refletindo a Palavra de Deus

Meus irmãos e irmãs em Cristo, que a paz do Senhor esteja convosco. Hoje, gostaria de começar nossa reflexão com uma pergunta: você já se sentiu invisível? Já experimentou a sensação de passar despercebido, sem que ninguém lhe dê atenção ou reconhecimento? Em nossas vidas, muitas vezes nos encontramos em situações onde nos sentimos insignificantes, como se nossas ações não tivessem impacto ou importância. Mas tenho uma boa notícia para vocês: Deus nos vê, nos conhece e nos chama a fazer a diferença neste mundo.

Nesta liturgia, as Sagradas Escrituras nos falam sobre a importância de amar ao próximo e cuidar dos mais necessitados. Na Primeira Leitura, do Livro do Levítico (Lv 19,1-2.11-18), encontramos uma série de mandamentos dados por Deus ao povo de Israel. O Senhor diz: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. E entre esses mandamentos, encontramos o chamado para amar o próximo como a si mesmo. Deus nos chama a tratar os outros com justiça, a não guardar rancor, a não ser vingativos, a não explorar os mais fracos. Ele nos chama a ser santos, refletindo Seu amor e misericórdia em nossas vidas.

E no Evangelho de Mateus (Mt 25,31-46), encontramos uma das passagens mais poderosas e desafiadoras de toda a Bíblia. Jesus nos fala sobre o julgamento final, onde Ele separa as ovelhas dos bodes. Às ovelhas, Ele diz: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui estrangeiro e me recebestes em casa, estava nu e me vestistes, adoeci e me visitastes, estava na prisão e fostes ver-me”. E às ovelhas, Ele diz: “Em verdade vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.

Essas palavras de Jesus nos confrontam e nos desafiam profundamente. Elas nos mostram que nosso relacionamento com Deus está intrinsecamente ligado ao nosso relacionamento com os outros. Amar a Deus e amar ao próximo são inseparáveis. O que fazemos pelos mais necessitados, fazemos por Jesus. O que damos aos famintos, aos sedentos, aos estrangeiros, aos nus, aos doentes e aos encarcerados, fazemos a Ele.

Mas como podemos aplicar essas verdades em nossas vidas diárias? Permitam-me compartilhar algumas orientações práticas. Primeiramente, precisamos abrir nossos olhos e nossos corações para as necessidades ao nosso redor. Muitas vezes, estamos tão ocupados com nossas próprias vidas e preocupações que não enxergamos aqueles que estão ao nosso lado, que estão sofrendo e precisam de ajuda. Precisamos estar atentos aos sinais de fome, sede, solidão e dor que estão presentes em nosso mundo.

Além disso, devemos lembrar que o amor ao próximo vai além das palavras. Não basta apenas dizer que amamos, precisamos agir. Isso significa estender a mão para quem precisa, compartilhar o que temos, ser solidários e generosos. Podemos começar pequeno, fazendo o bem nas pequenas coisas do dia a dia, mas nunca subestimando o impacto que podemos ter na vida de alguém.

Também é importante lembrar que cada pessoa é um filho ou filha de Deus, digna de amor e respeito. Não importa sua aparência, sua origem, sua situação financeira ou social. Todos merecem ser tratados com dignidade e compaixão. Não podemos permitir que preconceitos ou estereótipos nos impeçam de estender a mão e acolher nossos irmãos e irmãs em Cristo.

Queridos amigos, a mensagem central dessas passagens bíblicas é que Deus nos chama a amar ao próximo com generosidade e compaixão. Ele nos desafia a sair de nossa zona de conforto, a olhar para além de nós mesmos e a agir em prol dos outros. Afinal, o amor não é apenas uma emoção, mas uma ação concreta.

Para ilustrar essa verdade, permitam-me compartilhar uma história com vocês. Havia uma vez um homem que caminhava por uma praia repleta de estrelas-do-mar que haviam sido levadas pela maré. Ele notou que uma criança estava pegando as estrelas-do-mar e jogando-as de volta ao mar, uma por uma. Curioso, ele se aproximou e perguntou: “Por que você está fazendo isso? São tantas estrelas-do-mar, você não pode salvá-las todas”. A criança olhou para ele, pegou outra estrela-do-mar e a jogou de volta ao oceano, dizendo: “Para essa estrela-do-mar, faz toda a diferença”.

Essa história nos lembra que mesmo que não possamos mudar o mundo inteiro, podemos fazer a diferença na vida de uma pessoa de cada vez. Cada ato de bondade, cada gesto de amor importa. Não subestimem o poder que têm em suas mãos para transformar vidas e trazer esperança aos corações desanimados.

À medida que nos aproximamos do final desta homilia, quero desafiá-los a levar essas palavras para o coração e agir. Façam uma pausa e reflitam sobre como vocês podem ser instrumentos do amor de Deus no mundo. Perguntem-se: “Quem são os necessitados ao meu redor? Como posso estender a mão e fazer a diferença em suas vidas?”. E então, tomem a decisão de agir, de serem agentes de mudança e esperança.

Meus queridos irmãos e irmãs, lembrem-se de que vocês são amados por Deus e chamados a amar ao próximo. Não deixem que a invisibilidade do mundo os desanime, pois Deus os vê e os chama para serem luz neste mundo. Sigam o exemplo de Cristo, que veio para servir e não para ser servido, que deu sua vida por amor a nós. Sejam suas mãos e seus pés, levando o amor aonde quer que vão.

Que a graça de Deus os acompanhe, fortalecendo-os em sua jornada de amor e serviço. Que a luz do Espírito Santo brilhe em seus corações, guiando-os a cada passo do caminho. E que a esperança em Cristo os motive a nunca desistir de fazer o bem. Que assim seja. Amém.


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