Evangelho do dia - terça-feira, 27 de fevereiro de 2024 - Mateus 23,1-12 - Bíblia Católica

Primeira Leitura (Is 1,10.16-20)

Leitura do Livro do Profeta Isaías.

Ouvi a palavra do Senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra. Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos — diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã. Se consentirdes em obedecer, comereis as coisas boas da terra. Mas se recusardes e vos rebelardes, pela espada sereis devorados, porque a boca do Senhor falou!

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.

Evangelho (Mt 23,1-12)

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.

Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.

Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Refletindo a Palavra de Deus

Meus irmãos e irmãs, que a paz do Senhor esteja convosco!

Hoje, quero começar nossa reflexão com um gancho cativante, algo que todos nós vivenciamos em nosso dia a dia: a experiência de caminhar em uma cidade movimentada. Imagine-se no meio de uma multidão, ruas cheias de pessoas com suas preocupações, pressas e afazeres. Cada um de nós, em meio a esse tumulto, busca seu próprio caminho, sua própria direção. Mas, às vezes, nos perdemos nessa selva urbana, e precisamos de orientação, de um guia que nos mostre o caminho certo.

É exatamente isso que encontramos nas Escrituras Sagradas, nas passagens bíblicas que meditaremos hoje. Na Primeira Leitura, do livro de Isaías (Is 1,10.16-20), somos convidados a ouvir a voz de Deus, que nos chama à conversão. Deus nos fala através do profeta, dizendo: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossas ações de minha frente”.

Essa mensagem ressoa em nossos corações, como um chamado para nos purificarmos, para nos libertarmos das impurezas que nos afastam de Deus. É como se o próprio Senhor nos dissesse: “Venham a mim, abandonem o pecado, purifiquem-se e experimentem a minha graça transformadora”.

No entanto, muitas vezes, somos como as pessoas descritas no Evangelho de Mateus (Mt 23,1-12), que Jesus repreende por buscarem a glória e a posição de destaque. Jesus nos ensina que devemos ser humildes, que devemos nos colocar em último lugar, servindo aos outros com amor e desprendimento.

Imaginem, meus irmãos, se todos nós, ao caminharmos nessa cidade movimentada, buscássemos nos colocar em último lugar, servindo uns aos outros. Seria como se cada um de nós fosse uma luz no meio da escuridão, mostrando o caminho certo, guiando os perdidos de volta para Deus.

Para ilustrar esse princípio, permitam-me contar-lhes uma história. Havia uma vez um homem que se sentia perdido em sua vida, sem rumo, sem propósito. Um dia, ele encontrou um mendigo na rua, que estava com fome e frio. Esse homem, apesar de seus próprios problemas, sentiu compaixão e decidiu ajudar o mendigo. Ele levou-o para sua casa, deu-lhe comida, roupas e um lugar para ficar.

Com o passar do tempo, esse homem começou a perceber que, ao ajudar o mendigo, ele próprio encontrava um sentido para sua vida. Ele descobriu que o verdadeiro caminho para a felicidade estava em servir aos outros, em colocar as necessidades dos outros acima das suas próprias.

Essa história nos mostra como a humildade e o serviço podem transformar nossas vidas. Quando nos colocamos em último lugar, quando nos esvaziamos do egoísmo e do orgulho, abrimos espaço para que a graça de Deus flua em nós. E é essa graça que nos purifica, que nos torna capazes de nos lavar das impurezas do pecado e de nos aproximarmos de Deus.

Meus irmãos e irmãs, diante dessas passagens bíblicas, somos desafiados a refletir sobre nossas próprias vidas. Será que estamos buscando a glória do mundo, ou estamos dispostos a nos colocar em último lugar, a servir aos outros com amor?

Precisamos nos questionar: Onde está nosso coração? Estamos dispostos a abandonar o pecado e a nos purificar diante de Deus? Ou estamos presos em nossas próprias ambições, buscando apenas o reconhecimento humano?

Quero encorajá-los a trazer essas verdades espirituais para a realidade de suas vidas diárias. Olhem ao seu redor e vejam as necessidades dos outros. Perguntem-se: Como posso servir? Como posso ser uma luz no meio da escuridão?

Lembrem-se da história do homem e do mendigo. Cada um de nós tem a capacidade de fazer a diferença na vida de alguém, mesmo que seja apenas uma pessoa. Cada ato de bondade, cada gesto de serviço, pode ser um passo em direção à transformação do mundo.

E não pensem que essas ações passarão despercebidas. Jesus nos assegura que aqueles que se humilham serão exaltados, que aqueles que se colocam em último lugar serão os primeiros no Reino dos Céus.

Imaginem o impacto que podemos causar em nossa cidade, em nosso bairro, em nossa comunidade, se cada um de nós se comprometer a viver segundo esses princípios. Seríamos uma igreja viva, radiante de amor e serviço, um farol de esperança em meio às trevas.

Para tornar esses conceitos mais palpáveis, permitam-me trazer algumas metáforas e exemplos práticos. Assim como uma árvore se enraíza no solo para receber os nutrientes necessários para seu crescimento, precisamos nos enraizar em Deus, buscando nossa força e inspiração Nele. E, assim como uma árvore frutífera, que dá seus frutos para alimentar outros, também devemos oferecer os frutos de nossas ações para alimentar as almas daqueles que nos cercam.

Talvez vocês se perguntem: como posso aplicar esses princípios em minha vida diária? Deixe-me dar algumas orientações práticas. Primeiro, busquem momentos de silêncio e oração em sua rotina diária. É nesses momentos que nos conectamos com Deus, que nos purificamos e encontramos a direção que precisamos.

Em segundo lugar, estejam atentos às necessidades dos outros. Olhem ao seu redor e vejam quem está sofrendo, quem precisa de ajuda. Não ignorem essas oportunidades de servir. Sejam como o bom samaritano, que estendeu a mão para ajudar o homem caído à beira da estrada.

Finalmente, lembrem-se de que a humildade é a chave para viver esses princípios. Não busquem a glória para si mesmos, mas sim a glória de Deus. Reconheçam que tudo o que têm vem Dele, e sejam gratos por isso.

Queridos irmãos e irmãs, hoje fomos chamados a ouvir a voz de Deus, a nos purificar e a buscar a humildade e o serviço. Que essas palavras não fiquem apenas em nossos ouvidos, mas que se transformem em ação em nossas vidas.

Que possamos ser como aquela cidade movimentada, onde cada um de nós é uma luz que ilumina o caminho dos outros. Que possamos ser um exemplo vivo do amor de Deus, da graça transformadora que Ele oferece a todos nós.

Que a humildade e o serviço sejam marcas distintivas de nossa comunidade, para que o mundo veja e reconheça a presença de Deus em nós.

Que a graça, o amor e a esperança divinos nos acompanhem em cada passo de nossa jornada, nos fortalecendo e nos capacitando a viver segundo os ensinamentos das Escrituras.

Que assim seja. Amém!