55. Em que consiste a Providência divina?

A Providência divina consiste nas disposições com as quais Deus conduz as suas criaturas para a perfeição última, à qual Ele as chamou. Deus é o autor soberano do seu desígnio. Mas para a realização do mesmo serve-se também da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem por si mesmas, de serem causas umas das outras.


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Parágrafo 302

302.A criação tem a sua bondade e a sua perfeição próprias, mas não saiu totalmente acabada das mãos do Criador. Foi criada «em estado de caminho»(«in statu viae»)para uma perfeição última ainda a atingir e a que Deus a destinou. Chamamos divina Providência às disposições pelas quais Deus conduz a sua criação em ordem a essa perfeição:

«Deus guarda e governa, pela sua Providência, tudo quanto criou, "atingindo com força dum extremo ao outro e dispondo tudo suavemente" (Sb8, 1). Porque "tudo está nu e patente a seus olhos"(Heb4, 13), mesmo aquilo que depende da futura acção livre das criaturas» (138).

Parágrafo 303

303.É unânime, a este respeito, o testemunho da Escritura: a solicitude da divina Providência éconcreta e imediata,cuida de tudo, desde os mais insignificantes pormenores até aos grandes acontecimentos do mundo e da história. Os livros santos afirmam, com veemência, a soberania absoluta de Deus no decurso dos acontecimentos: «Tudo quanto Lhe aprouve, o nosso Deus o fez, no céu e na terra» (Sl115, 3); e de Cristo se diz: «que abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém abre» (Ap3, 7); «há muitos projectos no coração do homem, mas é a vontade do Senhor que prevalece»(Pr19, 21).

Parágrafo 304

304.É assim que, muitas vezes, vemos o Espírito Santo, autor principal da Sagrada Escritura, atribuir a Deus certas acções, sem mencionar causas-segundas. Isso não é «uma maneira de dizer» primitiva, mas sim um modo profundo de afirmar o primado de Deus e o seu senhorio absoluto sobre a história e sobre o mundo (139) e de ensinar a ter confiança n'Ele. A oração dos Salmos é, aliás, a grande escola desta confiança (140).

Parágrafo 305

305.Jesus reclama um abandono filial à Providência do Pai celeste, que cuida das mais pequenas necessidades dos seus filhos: «Não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? Que havemos de beber? [...] Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo»(Mt 6,31-33) (141).

Parágrafo 306

306.Deus é o Senhor soberano dos seus planos. Mas, para a realização dos mesmos, serve-Se também do concurso das criaturas. Isto não é um sinal de fraqueza, mas da grandeza e bondade de Deus omnipotente. É que Ele não só permite às suas criaturas que existam, mas confere-lhes a dignidade de agirem por si mesmas, de serem causa e princípio umas das outras e de cooperarem, assim, na realização do seu desígnio.

Parágrafo 321

321.A divina Providência consiste nas disposições pelas quais Deus conduz, com sabedoria e amor; todas as criaturas, para o seu último fim.


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