Baal

O significado da divindade Baal na tradição hebraica

Na tradição hebraica, Baal é o nome comum que designa a principal divindade adorada por todos os povos semitas, simbolizando a fecundidade. No entanto, é frequentemente citado nos livros do Antigo Testamento como o deus falso em oposição a Javé, o Deus único do povo hebreu. Neste texto, exploraremos a representação de Baal na tradição hebraica e sua relação com a aliança firmada com Javé.

– Palavra hebraica que significa: senhor, mestre. Era o nome comum que designava a principal divindade adorada por todos os povos semitas, que simbolizava a fecundidade.

– É citada muitas vezes pelos autores dos livros do AT – ora no singular, ora no plural – para designar o(s) deus(es) falso(s), em oposição a Javé, o Deus único do povo hebreu.

– Em Juízes, além de Baal, aparece Astarot: forma plural de Astarte, divindade adorada por todos os povos semitas. Os hebreus, não tendo uma palavra significando deusa, empregavam a forma plural Astarot para designar as divindades femininas em geral:

Jz 2,13: Abandonaram o Senhor para servirem a Baal e às Astarot.

– Os profetas incitavam os reis e o povo a destruirem os altares de Baal:

Jz 6,25-32: Toma o novilho de teu pai e um segundo touro de sete anos; destrói o altar de Baal de teu pai.

1Rs 18,25-40: Elias disse-lhes: “Tomai agora os profetas de Baal. Não deixeis escapar um só deles!”.

2Rs 21,1-15: Reconstruiu os lugares altos que seu pai Ezequias tinha destruído, erigiu altares a Baal.

– Era prova de fidelidade à aliança firmada com Javé:

Jz 2,23: E o Senhor deixou subsistir todas essas nações que não tinha entregue nas mãos de Josué.

Jz 3,7: Esqueceram-se do Senhor, seu Deus, e serviram aos Baals e às Asserás.

Jz 8,33-35: Depois de sua morte, os filhos de Israel prostituíram-se de novo com os Baals.

Jz 10,10: Pecamos contra vós, abandonando o nosso Deus e servindo aos Baals.

1Rs 16,30-33: Chegou até a render culto a Baal, prostrando-se diante dele.

1Rs 18,18: Porque abandonastes os preceitos do Senhor e tu seguiste aos Baals.

1Rs 19,18: Mas reservarei em Israel sete mil homens que não dobraram os joelhos diante de Baal.

2Rs 10,18-31: Mas isso era simplesmente um laço, para destruir todos os adoradores de Baal.

2Rs 17,13-17: Prestaram culto a Baal, […] abandonaram-se inteiramente a tudo o que desagradava ao Senhor.

2Rs 23,1-10: Que jogassem fora do Templo do Senhor todos os objetos fabricados para o culto de Baal.

2Cr 34,1-7: Demoliram, em sua presença, os altares dos Baals, e ele próprio destruiu os obeliscos.

Jr 2,23: Como podes dizer: “Não me profanei nem andei atrás dos Baals?”.

Jr 7,9-15: Roubais, matais, cometeis adultérios, prestais juramentos falsos; ofereceis incenso a Baal.

Jr 11,13: Tantos altares de infâmia ergueste para neles queimar oferendas em honra de Baal.

Jr 19,4-5: Macularam este lugar com o sangue dos inocentes, e ergueram o lugar alto a Baal.

Jr 23,13: Entre os profetas samaritanos vi absurdos: profetizaram em nome de Baal e desencaminharam meu povo de Israel.

Os 2,13-15: Eu a farei expiar os dias de Baal, quando lhe queimava ofertas.

Os 11,2: Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baals e queimaram ofertas aos ídolos.

Sf 1,4: Exterminarei desse lugar tudo o que resta de Baal.

– Paulo, relembrando aos cristãos de Roma a história da salvação, escreve que Deus jamais rejeitou o seu povo:

Rm 11,4: Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram o joelho diante de Baal (1Rs 19,18).

Baal é uma divindade importante na tradição hebraica, mas é frequentemente visto como um símbolo de falta de fidelidade à aliança com Javé. Os profetas incitavam os reis e o povo a destruírem os altares de Baal e a se voltarem para o único Deus verdadeiro. Ainda assim, é importante compreender a representação de Baal na tradição hebraica para entender plenamente sua importância histórica e simbólica.


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