O oitavo mandamento proíbe:
Ofalso testemunho, operjúrioe amentira, cuja gravidade se mede pela natureza da verdade que ela deforma, das circunstâncias, das intenções do mentiroso e dos danos causados às vítimas;
Ojuízo temerário, amaledicência, adifamação, acalúnia, que lesam ou destroem a boa reputação e a honra a que a pessoa tem direito;
Alisonja, aadulaçãooucomplacência, sobretudo se finalizadas à realização de pecados graves ou à obtenção de vantagens ilícitas;
Uma culpa contra a verdade exige a reparação, quando se ocasionou dano a outrem.
Veja este tema no Catecismo
Parágrafo 2475
2475.Os discípulos de Cristo «revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade verdadeiras»(Ef4, 24). «Libertos da mentira»(Ef4, 25), devem rejeitar «toda a malícia, falsidade, hipocrisia, invejas e toda a espécie de maledicência»(1 Pe 2,I).
Parágrafo 2476
2476.Falso testemunho e perjúrio.Uma afirmação contrária à verdade feita publicamente, reveste-se de gravidade particular: perante um tribunal, é um falso testemunho (234); quando mantida sob juramento, é um perjúrio. Estes modos de agir contribuem quer para condenar um inocente, quer para absolver um culpado ou aumentar a pena em que tiver incorrido o acusado (235). E comprometem gravemente o exercício da justiça e a equidade da sentença pronunciada pelos juízes.
Parágrafo 2477
2477.Orespeito pela reputaçãodas pessoas proíbe toda e qualquer atitude ou palavra susceptíveis de lhes causar um dano injusto (236). Torna-se culpado:
– dejuízo temerário,aquele que, mesmo tacitamente, admite como verdadeiro, sem prova suficiente, um defeito moral do próximo; – demaledicência,aquele que, sem motivo objectivamente válido, revela os defeitos e as faltas de outrem a pessoas que os ignoram (237); – decalúnia,aquele que, por afirmações contrárias à verdade, prejudica a reputação dos outros e dá ocasião a falsos juízos a seu respeito.
Parágrafo 2478
2478.Para evitar o juízo temerário, cada um procurará interpretar em sentido favorável, tanto quanto possível, os pensamentos, as palavras e os actos do seu próximo:
«Todo o bom cristão deve estar mais pronto a interpretar favoravelmente a opinião ou afirmação obscura do próximo do que a condená-la. Se de modo nenhum a pode aprovar, interrogue-se sobre como é que ele a compreende: se ele pensa ou compreende menos rectamente, corrija-o com benevolência; e se isso não basta, tentem-se todos os meios oportunos para que, compreendendo-a bem, ele regresse do erro são e salvo» (238).
Parágrafo 2479
2479.A maledicência e a calúnia destroema reputação e a honra do próximo.Ora, a honra é o testemunho social prestado à dignidade humana e todos gozam do direito natural à honra do seu nome, à boa reputação e ao respeito. Por isso, a maledicência e a calúnia lesam as virtudes da justiça e da caridade.
Parágrafo 2480
2480.Deve condenar-se toda a palavra ou atitude que, porlisonja, adulação ou complacência,estimula e confirma outrem na malícia dos seus actos e na perversidade da sua conduta. A adulação é uma falta grave, se se tornar cúmplice de vícios ou de pecados graves. Nem o desejo de prestar um serviço nem a amizade justificam a duplicidade de linguagem. A adulação é um pecado venial quando apenas se deseja ser agradável, evitar um mal, valer a uma necessidade ou obter vantagens legítimas.
Parágrafo 2481
2481.A jactância ouvanglória constitui um pecado contra a verdade. O mesmo se diga da ironiaque visa depreciar alguém, caricaturando, de modo malévolo, um ou outro aspecto do seu comportamento.
Parágrafo 2482
2482.«A mentiraconsiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar» (239). O Senhor denuncia na mentira uma obra diabólica: «Vós tendes por pai o diabo, [... ] nele não há verdade; quando fala mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira»(Jo8, 44).
Parágrafo 2483
2483.A mentira é a ofensa mais directa à verdade. Mentir é falar ou agir contrariamente à verdade, para induzir em erro. Lesando a relação do homem com a verdade e com o próximo, a mentira ofende a relação fundamental do homem e da sua palavra com o Senhor.
Parágrafo 2484
2484.A gravidade da mentiramede-se pela natureza da verdade que ela deforma, atendendo às circunstâncias, às intenções de quem a comete e aos danos causados àqueles que são suas vítimas. Embora a mentira, em si, não constitua mais que um pecado venial, torna-se mortal quando lesa gravemente as virtudes da justiça e da caridade.
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