Lepra

A história da lepra na Antiguidade e como Jesus aperfeiçoou a Lei

Na Antiguidade, a lepra era vista como uma doença contagiosa e impura, que exigia separação da família. Os judeus acreditavam que a lepra era um castigo divino por causa dos pecados próprios ou de seus pais. Os sacerdotes eram os encarregados de examinar os enfermos e, se sarassem, reintegrá-los na comunidade. No entanto, Jesus mudou essa perspectiva ao tocar e curar os leprosos sem se importar com a impureza legal.

– Sob este nome, na Antiguidade abrigavam-se várias doenças de pele que exigiam separação da família por causa do contágio. Para os judeus, o doente era considerado impuro e como tal não poderia transitar por onde houvesse outras pessoas nem ser por elas tocado:

Lv 13–14: Quando um homem tiver […] uma inflamação […] e esta se tornar […] lepra, ele será levado a Aarão.

– Além disso, era considerada como castigo de Deus por causa dos pecados próprios ou de seu pais:

Nm 12,9-10: A cólera do Senhor se acendeu contra eles. O Senhor partiu, e a nuvem retirou-se de sobre a tenda.

2Sm 3,29: Não faltem jamais em sua casa homens atacados de sarna ou lepra, que trabalhem no fuso, caiam pela espada.

2Rs 5,27: A lepra de Naamã se pegará a ti e a toda a tua descendência para sempre.

2Rs 15,5: O Senhor feriu de lepra o rei e ele ficou leproso até o dia de sua morte, vivendo numa casa afastada.

2Cr 26,19: Ozias […] encolerizou-se; mas, durante esse acesso de cólera, apareceu a lepra em sua fronte.

– Competia aos sacerdotes examinar os enfermos, a extensão de seu mal e, caso sarassem, reintegrá-los na comunidade:

Lv 13,49: Se a mancha […] for esverdeada ou avermelhada, é uma lepra: será mostrada ao sacerdote.

Lv 14,2-26: Eis a lei relativa ao leproso, para o dia de sua purificação. Será conduzido ao sacerdote.

– Jesus respeitou a Lei sobre os leprosos, mas a aperfeiçoou, tocando-os e curando-os sem se importar com a impureza legal:

Lc 5,12-14: Estando ele numa cidade, apareceu um homem cheio de lepra.

Lc 17,11-19: Jesus passava pelos confins […] da Galileia. Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos.

– Para convencer alguns discípulos de João Batista, que ainda se recusavam a crer que ele era o Messias, Jesus descreveu sua obra com as mesmas expressões empregadas por Isaías quando profetizou a futura vinda do Messias:

Is 35,5: Então, se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos.

Is 61,1-5: O Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a Boa-Nova aos humildes.

Mt 11,5: Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam.

Lc 7,18-35: Os leprosos são limpos […] e o Evangelho é pregado aos pobres.

Jesus aperfeiçoou a Lei sobre os leprosos, mostrando que a cura da lepra e outras doenças era uma parte importante da sua missão como Messias. Ele descreveu sua obra com as mesmas expressões empregadas por Isaías quando profetizou a futura vinda do Messias, incluindo a cura dos leprosos. Essa atitude de Jesus nos lembra que a cura física e espiritual é uma parte fundamental da nossa fé.


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